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Podas drásticas continuam irritando cidadãos. Professor comenta

O Professor Mestre José Humberto dos Anjos é um dos iporaenses que tem visão crítica sobre a forma como o poder público trata as árvores de Iporá. O tema tem causado indignação em muitos. Ele comenta o assunto e mostra em fotos exemplos de podas drásticas e desnecessárias.

Texto do professor:

DIGA NÃO A MATANÇA DE ÁRVORES EM IPORÁ

Há alguns dias atrás, quando movido pela vontade de estudar Inglês procurei uma escola de idiomas, me deparei com algumas indicações valiosas que apontavam para a Oaktree, nome em inglês que significa carvalho, árvore frondosa, forte e farta em sombra.

Procurei e finalmente entre uma árvore florida e muito bela, estava tímida e escondida a placa que cognominava a escola. Ao conversar com a professora e proprietária, disse da minhadificuldade para encontrar o local, e que a placa ficava bem oculta por conta dos galhos das árvores.

Minha surpresa foi gigantesca ao ouvir a resposta. Convictamente a professora me disse que as árvores estavam e ficariam ali para sempre e que elas eram um bem comum, por isso precisavam ser preservadas. A escola era nova, chegou por último e por isso precisaria respeitar aquele espaço.

Achei lindo, espalhei isso com vários amigos e inclusive potencializei minha admiração por todos que ali estavam.

Toda essa história seria uma lembrança daquelas que guardamos e usamos em algum momento em crônicas de boas recordações, no entanto os acontecimentos que me motivaram a escrever e que mancharam o panorama urbano e ambiental de Iporá me proibiram disso.

Porém, antes de escrever tais motivos gostaria de definiro termoque orienta o que quero dizer. O dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz que podar é cortar a rama inútil das árvores e das cepas. Notem a palavra INÚTIL na definição. Agora me digam: em tempos de sol tão severo e de um calor tão forte como estamos enfrentando, árvores frondosas são inúteis?

Não!

Nos últimos dias, temos assistido o caminhão da CELG – Companhia Energética de Goiás, fazer um tour assassino pela cidade de nossa Iporá, cortando árvores consideradas como empecilho para as redes elétricas da cidade.

Em vários locais, como por exemplo, na Rua Inhumas, Avenida Pernambuco e Rua Lázaro Vieira árvores foram cortadas sem a consulta dos donos e as galhas deixadas amontoadas nas portas, calçadas e ruas. Tudo repentino e absurdamente executado como podemos ver nas fotos desta reportagem.

O que precisamos pensar e discutir vai além da questão estética das galhas transformadas em lixo. É uma questão ambiental e de bem estar comum. Uma sombra nunca pertence a uma pessoa, ou empresa. A beleza das flores não encantam apenas os olhos do proprietário da terra que abriga uma árvore/planta. Isso é bem comum, é o que motiva e possibilita que o privado seja invadido pelo público de forma agradável, precisa e necessária.

O que a CELG está fazendo está errado e sem uma orientação correta. Podar as galhas que podem colocar em risco as linhas de energia é uma coisa, destruir árvores é outra bem diferente.

Não podemos assistir isso de forma silenciosa e descompromissada. É necessário combater, fotografar, compartilhar e, sobretudo, denunciar aos órgãos competentes tal atrocidade executada.

Na tarde de domingo, 14/09, quando saí para fotografar os restos das árvores destruídas, conversei com algumas pessoas que lamentaram as cortas, e disseram da importância da arborização e preservação da paisagem verde em Iporá, que a cada dia mais tem seu espaço verde reduzido e descuidado.

Está errado e por isso não vamos nos calar. Em tempos de sol severo, cortar árvores é assinar duplicata com os males do futuro.

Por um mundo mais verde, com mais sombra e flores.

E aquela mulher que outrora acreditava que as árvores mereciam ser respeitadas em seus espaços, vê mutiladas e abandonadas o que é bem comum, vida, ar e bem estar.

Meu epitáfio

Morta… serei árvore,
serei tronco, serei fronde
e minhas raízes
enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira.

Enfeitei de folhas verdes
a pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.

Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.

Cora Coralina

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