Aos 72 anos, em seu apartamento, em Goiânia, nesta madrugada de quinta-feira, 21, por volta de uma hora da madrugada, morreu o ex-prefeito de Iporá, José Antônio da Silva Sobrinho.
Ele lutava contra um Câncer na região do intestino, doença que contraíra em 2001, mas que controlou a mesma por mais de 10 anos. Ultimamente, o Câncer ressurgiu. Esteve internado por alguns meses. Nos últimos dias estava sendo medicado em casa. Ele deixa a viúva Ivondir e os filhos José Antônio Júnior, Claúdia e Aurélio.
Seu corpo foi transladado para Iporá, preparado em funerária e, em seguida, velado no templo da Maçonaria (Loja União de Iporá, na Avenida Goiás, próximo à AABB), com a presença de inúmeros amigos e populares que por lá passaram, inclusive, homenagens lhe foram prestadas. Às 17 horas, foi levado para ato religioso de corpo presente na Igreja Matriz. Em seguida, no começo da noite, foi sepultado no Cemitério São João Batista, no jazigo da família.
A VIDA DE UM GRANDE HOMEM
José Antônio da Silva Sobrinho foi um dos políticos mais importantes da História de Iporá. O mineiro de Frutal (MG) chegou em Iporá na década de 60. Foi produtor rural e investiu na cidade em uma cerâmica que funcionou por muitos anos e que contribuiu com o desenvolvimento da cidade. Em suas primeiras atividades como líder político em Iporá foi membro do PSD e depois, com a Revolução de 1964, passou a ser da Arena. Foi presidente de partido. Em 1976 disputou o cargo de prefeito.
Seis anos depois, 1982, venceu as eleições para prefeito de Iporá. Seu companheiro como vice-prefeito eleito era Sebastião Coutinho, o mesmo da eleição que perdera seis anos atrás. Entre 1983 e 1988, José Antônio da Silva Sobrinho fez uma administração incomparável em Iporá. Nesses seis anos a cidade passou por grandes transformações: asfalto em muitas ruas, construção da Feira Coberta, criação do Hospital Municipal e muitos outros prédios. Em tempo que o governador da época, Iris Rezende, investiu muito em pavimentação, a cidade ganhou ligações asfálticas para Diorama, Amorinópolis e Piranhas.
Em momento de grande fase de sua carreira política, com ótima avaliação pelo povo, José Antônio concluiu seu mandato, depois de eleger o seu sucessor, seu vice-prefeito Sebastião Coutinho. Sua aprovação popular era tão grande que foi eleito deputado estadual dois anos depois (1990). Como parlamentar, tendo como governadores no período, Iris Rezende, Agenor Machado e Helenês Cândido, levou obras para os municípios da região que representava. Em 1994, José Antônio ficou como suplente de deputado. Maguito Vilela, governador eleito naquele ano, o convidou para ser presidente da Metago. Ele ficou no cargo apenas um ano.
Decidiu se afastar de disputas eleitorais. Foi cuidar de seus negócios. Implantou em Iporá uma empresa especializada em nutrição animal (Produtiva), depois vendida para o Grupo Procria.
Em 2008, treze anos depois de ter deixado cargo público, o PMDB o convidou para ser candidato a prefeito. Em tempos difíceis com relação a receitas de prefeituras, não conseguiu fazer uma gestão (2009-2012) que obtivesse grande aprovação popular. O que foi possível, tal como sempre foi sua marca, foi a lisura das ações. Deixou a gestão com probidade e recursos em caixa para o sucessor. Ao sair, admitiu que os tempos atuais são diferentes da década de 80, quando da primeira gestão. Lamentava os muitos compromissos da Prefeitura e a limitação de receita.
Assim que deixou a Prefeitura (31/12/2012), planejou um outro investimento inédito na iniciativa privada. Estava estruturando o funcionamento de uma fábrica de tijolos ecológicos, quando sua saúde ficou debilitada. Era o Câncer que surgira em 2001, que fora controlado, na época, mas que agora voltava para o retirar da sua luta pela bem estar de sua família e o desenvolvimento de sua cidade. Ele deixa um legado de homem público exemplar. Até mesmo adversários admitem que tratava-se de um gestor absolutamente honesto.
