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Iniciamos a publicação de livro de Moizeis Alexandre Gomis

A partir de hoje e, em cada segunda-feira, capítulos do livro QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO. É um histórico da Igreja Assembléia de Deus na região, com a narraç~çao de cada detalhe. O autor é o iporaense Moizeis Aleexandre Gomis. Ele é pastor, doutor, professor e historiador. 

Inicialmente, palavras do autor sobre a publicação:

QUANDO SAMAMBAIA PECOU FOGO, é uma obra embasada em longa e criteriosa pesquisa. Seu conteúdo é histórico e, ao mesmo tempo, contém amplo acervo de informações culturais de caráter antropológico e sociológico sobre o modo de vida da sociedade goiana do século passado, e até ecológicas. Constitui-se, portanto, em uma fonte muito útil para a pesquisa acadêmica, além das informações históricas que o leitor comum pode obter sobre a expressão da fé dos goianos, sobretudo do interior, tanto católicos como de outros segmentos cristãos. A abordagem do seu conteúdo é feita obedecendo certos critérios metodológicos, de forma aberta, franca e sem preconceitos religiosos e culturais. No entanto, adota uma linguagem mais literária do que acadêmica, para que a leitura dos acontecimentos históricos não fosse enfadonha, mas atraente e prazerosa, como, de fato, tem sido confirmado pelos cometários dos que já leram o livro.

Os que desejarem ter o livro na versão impressa, podem adquiri-lo nas livrarias Livrolândia e Evangélica.

QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO

História do poderoso avivamento que deu origem à  Assembleia de Deus em Goiás e se expandiu para Minas Gerais e outras regiões do Brasil.

Pr. Dr. Moizeis Alexandre Gomis.

Iporá – Goiás.

Ano – 2012.

DEDICATÓRIA.

Antes e acima de tudo dedico esta obra:

“Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados; a Ele seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”. (Ap.1.5 e 5.13).

À minha esposa e companheira de jornadas da vida cotidiana, partícipe dos meus momentos de alegrias e aflições e do sucesso de minhas realizações profissionais e ministeriais e também fez a revisão final do texto original desta obra.

Aos demais membros de minha família: filhas e filho, Deiry, Nesley, Priscila (in memoriam) e Rafael; e netos e netas Cristiano, Priscila, Frederico, Nasser, Yasser, Miguel e Mariana, que são para mim, razão de orgulho e fonte de tantos momentos inesquecíveis de alegrias e inspiração; e genros Onivaltom e Arrinkson, filhos por afinidade.

Aos meus pais (in memoriam), Joaquim Alexandre Gomis e Ana Luiza Gomis, que conduziram-me a Cristo, meu salvador, Senhor e Mestre, mediante a herança do Evangelho, recebida desde o berço.

Aos pastores da Igreja Cristã Evangélica de Iporá, onde vivi minha infância, adolescência e juventude, Benjamim Siqueira Lobo, Hazor Gomes da Mata e João Alves da Costa (batizou-me em água), que constituíram a base da minha maturidade cristã e formação teológica, através de seus substanciais sermões e estudos bíblicos; e a Isabel Batista, minha inesquecível professora da Escola Dominical.

Aos meus primeiros pastores pentecostais, da Assembléia de Deus de Iporá, Geraldo Gonçalves da Silva Cardoso e Geraldo Mariano da Silva, sendo este o que indicou-me à então Convenção Estadual das Assembléias de Deus de Goiás, Ministério de Madureira, para ser ordenado Ministro Evangélico, em 1977, quando eu ainda era diácono e solteiro.

 AGRADECIMENTOS.

Aos pioneiros da Assembléia de Deus de Samambaia e de Iporá, testemunhas oculares das gloriosas manifestações do poder de Deus em pleno século XX, particularmente Divino Gonçalves dos Santos, Isbela Fonsceca dos Santos, Abraão Gonçalves de Melo, Marciano Gonçalves de Melo e Alberico Augusto da Fonsceca, protagonistas desta história que passaram-me valiosas informações, de primeira mão, sobre o início da Assembleia de Deus em Samambaia, Buriti e Iporá.

Ao pastor Neuton Pereira Abreu, que apresentou-me à CONAMAD, para a minha ordenação ao pastorado.

Ao pastor Ataul Alves Rosa, presidente do Campo da Assembleia de Deus de Iporá e Missionária Dagma, pelo apoio ao meu ministério pastoral exercido até à minha jubilação, em 2010, personagens integrantes da história registrada nesta obra.

 CAPÍTULOS A SEREM MOSTRADOS

Parte I: Como no princípio.
Capítulo 1 – Através dos séculos.
Capítulo 2 – A Assembleia de Deus chega a Goiás.
Capítulo 3 – Cenário das maravilhas de Deus.
Capítulo 4 – Novos tempos.
Capítulo 5 – Samambaia em chamas.
Capítulo 6 – O fogo de Samambaia pega no Buriti.
Capítulo 7 – O fogo de Samambaia alastra-se em Arapuá.
Capítulo 8 – O fogo do Buriti arde em Iporá.
Capítulo 9 – Celeiro de missões.
Parte II: “Estes sinais hão de seguir aos que creem”.
Capítulo 12 – Livramento de Deus na hora do batismo.
Capítulo 13 – Jesus visita o hospital.
Capítulo 14 – Maravilha na “terra santa” de Goiás.
Capítulo 15 – Então esta gente está certa…
Capítulo 16 – O preço da incredulidade.
Capítulo 17 – Fogo do céu reduz a cinzas banquete envenenado.
Capítulo 18 – O Senhor Jesus apaga incêndio no paiol.
Capítulo 19 – A pavorosa visita do Diabo.
Capítulo 20 – Curada de câncer.
Capítulo 21 – A mão do monjolo e mão de Deus.
Parte III: Militantes anônimos.
Capítulo 22 – Professor da EBD por excelência.
Capítulo 23 – Protetora dos servos do Senhor.
Capítulo 24 – A mãe que ora e Deus ouve.
Capítulo 25 – Antes de depois do batismo com o Espírito Santo.

APRESENTAÇÃO.

É com imenso prazer que apresento ao público evangélico, especialmente aos assembleianos, este excelente livro do Pr. Moizeis Alexandre Gomis, que nos narra a saga do início do movimento pentecostal em Goiás. Embasado na contundência dos fatos históricos o autor nos apresenta a gênese do movimento pentecostal em Goiás, em especial no oeste do nosso Estado, a partir da chama do pentecoste da Fazenda Samambaia.

O Pastor Moizeis é um exímio pesquisador da nossa história e formado na área, tendo atuado como professor da cadeira de História da UEG, no campus de Iporá. Portanto, é profundo conhecedor dos fatos relacionados ao início da Igreja Assembléia de Deus em Goiás, bem como seu desenvolvimento até os dias atuais.

Nesse momento em que estamos celebrando ao Senhor da Igreja pelos cem anos da nossa denominação no Brasil, Pr. Moizeis brinda-nos com este livro rico em informações históricas, sobretudo, por ter tido o cuidado de conduzir a narrativa a partir dos personagens que fizeram a história da Igreja em Goiás. É uma saga com sangue, suor e lágrimas, mas inquestionavelmente um mover de Deus que se espalhou por todo Estado. Hoje, o movimento pentecostal aqui existente é um testemunho indubitável do poder do Espírito Santo atuando na vida de homens consagrados à causa do Evangelho de Cristo.

Tenho convicção que esta obra da lavra do Pr. Moizeis será um instrumento de Deus para renovarmos nosso compromisso com a fé pentecostal e o mover do Espírito Santo, bem como nos levará a um maior envolvimento com a operação permanente do Espírito de Deus no sentido de conduzir a Assembléia de Deus em marcha triunfante nesse novo centenário que se inicia. Desejo a todos uma boa leitura e que Deus nos mantenha avivados como no glorioso início em Samambaia.

Pr. Dr. Oídes José do Carmo
Presidente da CONEMAD-GO

 PREFÁCIO

Sinto-me honrado em ter a oportunidade de prefaciar, juntamente com minha esposa e companheira de ministério, a Missionária Isbela, este livro da lavra do pastor e professor Moizeis Alexandre Gomis. Sou profundamente grato a Deus por este trabalho do amado colega: QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO.
É um título muito importante, especialmente para mim que presenciei aquele avivamento inesquecível, a partir de 13 de julho de 1943, no início do meu ministério. Jamais esquecerei o derreamento do Espírito Santo, em grande profusão, naquela nova igreja pentecostal procedente da Igreja Presbiteriana, por intermédio de nosso testemunho. Não foi fácil, porém, gratificante. A presença do Espírito Santo era visível e palpável. Glória seja dada ao Senhor Jesus!

O irmão e pastor Moizeis foi muito feliz em contar esta longa história da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, lembrando o avivamento que se iniciou na Rua Azuza, em Los Angeles, nos Estados Unidos da América do Norte, ocorrendo depois em 1911, em Belém do Pará, há cem anos, e também em Goiás.
Como humilde servo do Senhor – que iniciou, nos idos de 1943, a obra em Samambaia, e membro da querida Assembléia de Deus há 66 anos – gostaria de recomendar ao público leitor e aos evangélicos em geral, a leitura deste livro – QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO.

Enfim, agradeço ao Senhor Nosso Deus por ter dado ao irmão autor a graça, força e coragem para narrar a história do movimento pentecostal em Samambaia de Aurilândia, Goiás. Parabéns, professor Moizeis.

Faço votos que todos sejam beneficiados com a leiteria desta linda narrativa da obra do Espírito Santo ocorrida em pleno século XX. Amém.

Pr. Divino Gonçalves dos Santos. Presidente da Assembleia de Deus de Taguatinga, da CONEMAD e COPEADEN de Brasília, e 3º Vice da CONAMAD – DF*.

Coube-me, esposa do Pr. Divino Gonçalves dos Santos e também participante protagonista desta história, o imenso privilégio de participar do prefácio deste livro que nos traz à lembrança recordações infindáveis do grande e poderoso avivamento pentecostal realizado pelo Espírito Santo na Fazenda Samambaia, município de Aurilândia, Goiás.

Desde que Jesus inaugurou sua Igreja, no dia de Pentecostes, esse poder nunca cessou. No livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo um e versículo oito, diz: Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo. E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, e Samaria, e até os confins da terra. É por isso que o fogo do Espírito Santo chegou até nós. Começou no dia de Pentecostes e inflamou toda a Jerusalém e adjacências. Creio que todos nós estamos incluídos nesse “até os confins da terra”.

Essa manifestação sobrenatural de Deus sempre esteve presente na vida da igreja neotestamentária. Apesar daqueles que se opuseram contra ela, Deus nunca deixou de manifestar-se em todos os tempos, conforme se vê atualmente em todas as igrejas denominacionais que aceitaram o movimento pentecostal.

Dessa forma foi que esse poder, tendo se manifestado na Europa, invadiu também a Rua Azuza, em Los Angeles, na Califórnia, depois Chicago e outras cidades dos Estados Unidos da América, no final do século XIX e início do século XX, de onde veio para o Brasil chegando a Belém do Pará. Dali se espalhou pelo país, alcançando Goiânia, Anápolis e a Fazenda Samambaia, no oeste goiano. Daí, o fogo do Espírito Santo alastrou-se poderosamente e chegou a Iporá onde “perturbou” a Igreja Cristã Evangélica, levando muitas pessoas a aderirem a Assembléia de Deus, inclusive minha família e eu!
Por isso, louvo a Deus pelo título muito sugestivo que o amado irmão historiador, professor e pastor Moizeis deu ao livro: QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO. Não podia haver título mais sugestivo. Era um fogo diferente – que nem o Corpo de Bombeiros poderia extingui-lo! – que não trouxe prejuízos, mas sim enormes benefícios. Porque veio resgatar muitas almas para o reino de Deus, curar as enfermidades, expulsar demônios e incendiar o pecado que, tão de perto, rodeava as almas perdidas.

O fogo de Samambaia estendeu-se também até a Igreja Presbiteriana de Arapuá. “Atribulado”, o pastor de Patrocínio escreveu um carta urgente ao evangelista responsável por aquela igreja, que a socorresse contra os pentecostais. Mas este lhe respondeu dizendo que não tinha mais jeito: o fogo já havia alastrado. Pois o fogo do Pentecostes depois que se propaga ninguém o detém, somente o pecado pode apagá-lo.

Na verdade, aquele fogo inquietou muita gente e “deu muito trabalho” ao adversário, que ainda hoje não cessa de perseguir o povo de Deus. Ele vive em guerra com Deus, desde que o mundo foi criado, porque seu alvo é o homem. Por isso, o diabo está sempre procurando derrotá-lo. Mas ele já perdeu a guerra, visto que Deus, o Todo-Poderoso, está no comando de todas as coisas.

Missionária e escritora Isbela Fonseca dos Santos. Esposa do Pr. Divino Gonçalves dos Santos. Autora do livro Mulheres da Bíblica, publicado pela Editora Betel.
*Nota do autor: Poucos meses após ter escrito, com sua esposa, este prefácio o Senhor chamou o pastor Divino Gonçalves dos Santos para estar com ele na sua glória, em 16 de junho de 2009.

INTRODUÇÃO

“Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas.” (Lucas 1.1-4, NVI).

De antemão, é pertinente o esclarecimento de que os fatos históricos registrados nesta obra são, acima de tudo, um tributo à glória de Deus, por tudo o que ele realizou e tem realizado, durante mais de sessenta anos, através da Assembléia de Deus em Iporá, no centro-oeste goiano e em várias regiões do interior do Brasil, como resultado do maravilhoso avivamento pentecostal que teve início na Fazenda Samambaia, município de Aurilândia. Fenômeno espiritual através do qual Deus alcançou milhares de pessoas com sua superabundante graça salvadora. Muitas delas ainda vivem e são testemunhas oculares dos grandes feitos do Cristo ressuscitado, “aquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5). A maioria, contudo, já foi recolhida, se juntando àquela “nuvem de testemunhas” que habita a glória celestial e aguarda a bem-aventurada ressurreição.

Esta obra representa mais de três décadas de estudos e pesquisas sobre a história do poderoso avivamento movido pelo Espírito Santo, ocorrido a partir de uma congregação de presbiterianos, na Fazenda Samambaia, município de Aurilândia, no oeste goiano, e dos resultados de seus desdobramentos durante 66 anos, desde 1943. As informações históricas aqui registradas estão embasadas em fontes seguras, tanto bibliográficas, primárias, como na História Oral – através de depoimentos e entrevistas colhidos de pioneiros da Assembléia de Deus de Samambaia e de Iporá, com quem convivemos há cerca de quatro décadas, como “assembleiano”, e de testemunhos de pessoas daquela geração, ouvidos durante pregações e conversas informais. Também em informações extraídas de experiência própria, visto que nos tornamos membros da Assembleia de Deus de Iporá, a partir de setembro de 1972.

Começamos a pesquisar e a escrever QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO a partir de 1984, mas, por circunstâncias diversas, não foi possível levar avante o projeto. Contudo, esse tempo de protelação contribuiu para que pudéssemos obter informações que, na época, não nos estavam disponíveis, às quais tivemos acesso graças a publicações de obras valiosas como a História da Igreja Assembléia de Deus em Goiás, do pastor Amador Carlos dos Santos; Eu e Você, do pastor Divino Gonçalves dos Santos e sua esposa, missionária Isbela Fonseca dos Santos; O Apóstolo do Centro Oeste Brasileiro, do pastor Antônio Inácio de Freitas; Revista do Jubileu de Diamante da Assembléia de Deus de Arapuá; obtidas também de Monografias de Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História, da UEG, como História da Assembléia de Deus de Iporá, 2001, de José Conceição dos Santos & Laurison Antônio dos Santos; e A Participação dos Evangélicos na Política Iporaense, 2004, de Fernando Oliveira Borges & Vinícius Leonardo Alves Miguel, aos quais registramos aqui nossos agradecimentos pela valiosa contribuição; além de outras fontes citadas na Bibliografia e Referências Bibliográficas.

Registramos nossa gratidão pelas preciosas contribuições dos pioneiros e pioneiras da Assembléia de Deus de Samambaia, particularmente do pastor Divino Gonçalves dos Santos e esposa, a missionária e escritora Isbela Fonseca dos Santos, que leram o texto original, corrigiram eventuais informações incoerentes com os fatos históricos ocorridos, acrescentaram outras omitidas e compuseram o prefácio desta obra.

Externamos ainda nossa gratidão ao pastor Dr. Oídes José do Carmo, Presidente da Convenção Estadual dos Ministros da Assembléia de Deus em Goiás (CONEMAD-GO) e membro da Mesa Executiva da Convenção Nacional dos Ministros da Assembelia de Deus – Ministério de Madureira (CONAMAD), por ter disponibilizado seu precioso tempo e inestimável prestígio de conceituado homem de Deus, líder eclesiástico de reconhecimento nacional e mestre da Palavra, na primorosa apresentação desta publicação.

Não poderíamos também deixar de mencionar nossos agradecimentos ao pastor Ataul Alves Rosa, atual Presidente do Campo da Assembleia de Deus de Iporá, pelo interesse e empenho demonstrados no sentido de resgatar, divulgar e documentar essa história quando, em outubro de 2007, promoveu uma semana festiva para comemorar o 67º aniversário de existência da Assembléia de Deus de Iporá, como igreja oficialmente organizada. Ocasião em que estiveram presentes todos os pastores remanescentes que a pastorearam, inclusive seus fundadores – Divino Gonçalves dos Santos e esposa Isbela – e os filhos e parentes dos que já foram estar com o Senhor. Evento memorável, em que preciosas informações da história de um dos maiores avivamentos do Espírito Santo ocorridos no século XX, foram testemunhadas e conhecidas por novas gerações, ouvidas ainda dos lábios dos patriarcas e matriarcas dessa fenomenal obra de Deus.

Condescendência é um dos atributos do amor de Deus. Por essa razão o “Verbo se fez carne e habitou entre nós”, enviado por Deus “em semelhança de carne humana”, tornando-se ser humano, “nascido de mulher”, a fim de entender de forma empática os humanos e ser “tentado em todas as coisas, a nossa semelhança”, pois era “homem de dores e que sabe o que é padecer”. (Jo 1.14; Gl 4.4; Rm 8.3; Hb 4.15; Is 53.3). Diante da constatação destas verdades bíblicas, afirmamos, sem sombra de dúvida, que se alguém, porventura, pretende evangelizar uma comunidade diferente do próprio convívio social – fazer missão transcultural –, ou estudar e compreender antropológica e historicamente um movimento religioso nela existente, jamais pode prescindir de conhecer bem sua cultura: a maneira de ser e de fazer as coisas, a cosmovisão, enfim, seu modo de vida individual, familiar e social.

Vivendo em um contexto assim foi que Paulo, por experiência própria, recomendou aos romanos: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios vossos próprios olhos” (Rm 12.16). Recomendações estas que valem também para o leitor e leitora desta obra, que narra os fatos levando em consideração o contexto sócio-cultural e geográfico do ambiente onde eles ocorreram, inclusive descrevendo costumes e práticas da fé católica romana, a título de contextualização, para que tenham uma melhor compreensão da realidade religiosa e antropológica regional da população da época, fatores estes importantes que, sem dúvida, contribuíram na expansão do avivamento. Também procura, intencionalmente, preservar algumas variações dialéticas próprias do linguajar regional, a fim de dar mais clareza e originalidade aos fatos históricos. Portanto, esperamos que não antecipem qualquer juízo antes de chegar ao fim da leitura de toda a obra, principalmente quando lerem os capítulos 3 e 4 – CENÁRIO DAS MARAVILHAS DE DEUS e NOVOS TEMPOS – que constituem uma minuciosa descrição geográfica, social e antropológica do centro-este goiano na primeira metade do século XX.

Quanto a objeções levantadas por algumas pessoas, contestando certas informações sobre a origem da Assembleia de Deus de Iporá, por julgá-las contradizentes às suas versões aceitas tradicionalmente, reiteramos que, como historiador, nos orientamos pelos procedimentos metodológicos científicos de estudos e pesquisas, nos comprometendo apenas com as verdades históricas, conforme ouvimos dos que foram testemunhas oculares dos fatos, após checagem das contradições e anacronismos, e as extraídas das fontes documentais e bibliográficas, isentos de sentimentalismo familiar e heróico.

Com certeza, os prezados leitores e leitoras, ao viajarem pelas páginas de QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO, serão muito abençoados ao sentir a presença e o toque sutil e inconfundível do Espírito Santo de Deus. Confessamos que perdemos a conta das vezes que, diante do computador, fomos obrigados a parar de escrever, em razão de graciosos momentos de quebrantamento de coração e lágrimas, vivenciados enquanto narrávamos os feitos gloriosos realizados por Deus naquele avivamento nos idos anos do século passado e que ainda continuam se repetindo. Momentos de gozo celestial e de uma profunda glorificação do nome do Senhor, as vezes até em línguas estranhas! Que todos sejam abençoados por este mesmo toque renovador e santificador das chamas do Pentecostes que ardeu em Samambaia e arde até hoje na vida de milhares de salvos.

Isto não se trata de sentimentalismo saudosista e romântico, como alguns pregadores impropriamente afirmam por aí, desprovidos da consciência e da importância dos valores históricos para a igreja e a comunidade ou nação. Antes, se trata de ensinamento bíblico, como o “homem segundo o coração de Deus”, o rei Davi, foi categórico em afirmar: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios”. (Sl 103.2). E o escritor aos Hebreus recomendou de forma clara e objetiva: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”. (Hb 13.7 – negritos nosso). O exemplo maior de preservação da memória histórica está no povo hebreu: aproximadamente um milênio antes de Homero imortalizar a heróica história dos gregos, na Ilíada e Odisseia, Moisés já registrava a grandiosa história dos patriarcas hebreus e da nação de Israel, no Pentateuco, prosseguida por outros profetas, nos livros históricos do Antigo Testamento.

Temos certeza de que todos aqueles que têm uma mente aberta e isenta de preconceitos, que deseja sempre ver o nome do Senhor Jesus glorificado, hão de ser abençoados ao tomarem conhecimento do que Deus fez e continua fazendo na/e através da Assembleia de Deus em Goiás. Contudo, não devemos nos esquecer que Deus não vê sua Igreja – que é a “coluna e baluarte da verdade” neste mundo tenebroso dominado pela a mentira, a incredulidade, o orgulho e a vaidade – como segmentos cristãos denominacionais, mas como a “assembléia dos santos, arrolados nos céus”, que constituem a Igreja militante, composta de todos os que nasceram de novo e vivem em comunhão com ele, como o Senhor Jesus ilustrou de forma perfeita na metáfora da “videira verdadeira”, em João capítulo 15, particularmente nos versículos 5, 9-12:

“Eu sou a videira verdadeira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse da muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. Tenho-vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

Outrossim, quando se escreve sobre fatos históricos relacionados com personagens ainda vivas ou que são do conhecimento de seus descendentes próximos, é inevitável que haja descontentamento. Isto decorre do fato de o historiador, que leva a sério o seu ofício, não se conduzir pelas emoções e simpatias pessoais, mas pela razão e com a maior isenção possível, na busca da verdade histórica. Procedimento este que pode, as vezes, desagradar os que estão acostumados com uma versão romântica tradicional, passada de geração em geração, onde os acontecimentos e personagens são pintados com as cores do heroísmo, o que faz tão bem ao ego e à vaidade humanos. Assim, o historiador, mesmo não tendo a intenção de desprestigiar quem quer que seja, inevitavelmente, não agrada a todos.

Finalmente, para uma melhor apresentação e compreensão dos fatos históricos e adequação de sua leitura, o livro Quando Samambaia Pegou Fogo está dividido em três partes:

Parte I – Como no princípio: capítulos 1 ao 11.

Narra os fatos históricos do poderoso avivamento pentecostal, que Deus derramou na pequena congregação de presbiterianos na Fazenda Samambaia, em 1943, da atual cidade de Aurilândia, e como se irradiou para várias regiões de Goiás e do interior do Brasil, dando origem a centenas de Igrejas Assembleias de Deus, especialmente a de Iporá.

Parte II – Estes sinais seguirão aos que crêem: capítulos 12 ao 21.

Registra dez milagres e maravilhas, dentre os inúmeros operados por Deus durante as seis décadas de existência e expansão das Assembléias de Deus de Samambaia e Iporá, até os dias atuais.

Parte III – Militantes anônimos: capítulos 22 ao 25.

Alguns testemunhos de servas e servos de Deus referentes às bênçãos e sofrimentos, em suas múltiplas experiências vivenciadas andando com Cristo e servindo-o no seu reino. Relatos que visam, tão somente, glorificar o Senhor, testificando de seu amor gracioso e misericordioso, dedicado a esses servos anônimos e demonstrar o que ele faz e pode fazer em e através de suas vidas.

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