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É preocupante a situação do córrego que abastece a cidade de Iporá

Tivemos uma participação no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que foi firmado há quatro anos entre produtores, Comosa e Ministério Público. Por isso, podemos opinar sobre esse assunto que diz respeito ao córrego que abastece a cidade, o Santo Antônio. Eu também penso que a situação é preocupante. É preciso ser feita alguma coisa a favor deste manancial e de seus afluentes. Na época do TAC aquela foi iniciativa muito boa do promotor da época, José Carlos de Miranda Nery Júnior. É uma pena que sempre tenha que haver trocas de promotores e cada um tem uma preocupação diferente e não é dado continuidade no trabalho do outro. Foi o caso do Santo Antônio. Está faltando continuidade, inclusive, aprendendo com erros do passado.

 

O que houve de errado naquilo foi que as mudas plantadas na área de preservação permanente precisavam ter sido maiores e um outro erro ficou por conta dos atrasos nos plantios. Nem sempre se plantava no início do período chuvoso, como é o ideal. Outro fator que é preciso destacar para entender porque aproveitaram-se poucas mudas , é que o Santo Antônio é um córrego raso, muito assoreado e, quando ocorre as enchentes, a caixa dele não suporta as águas da chuva, que se espalham pela margem ribeirinha e, nestes casos, numa enchente mais duradoura, uma muda pequena , não suporta, por exemplo, ficar submersa por uns 3 dias. Ela morre. Por tudo isso aproveitou-se pouco daquela iniciativa de fazer cercas e plantar mudas para recompor a mata ciliar do córrego Santo Antônio.

 

A tarefa em torno do córrego que abastece a cidade, de recuperá-lo, é de todo mundo. Primeiramente, é preciso dizer que não dá para pensar em fazer o córrego, a curto ou médio prazo, recuperar suas águas e ter uma vazão bem maior. O córrego tem seus limites. A bacia tem seus limites. Agora, para fazer algo de concreto mesmo deverá ser um trabalho arrojado. Na época do TAC, falei muito sobre a necessidade de se fazer um trabalho de microbacia. É preciso impedir que o córrego fique assoreado. Agora precisamos da ajuda das máquinas trabalhando a nosso favor (trator e terraciador) levantando terraços e bacias, as quais retém águas, evitam as enxurradas e erosões, fazendo o papel das àrvores, amortecendo as gotas das chuvas e retendo elas para o lençol freático e o mesmo abastecendo os mananciais . Através da Saneago e Prefeitura, é preciso ter esse trator e terraciador fazendo esse trabalho de microbacias nas margens do Santo Antônio e de seus afluentes. Isso vai dar vida ao manancial, o que traz benefícios para as pastagens e serve para alimentar o lençol freático. Além disso, é claro que é preciso manter as cercas para impedir que gado aproxime das margens. Com o uso frequente do capim braquiária nas margens dificilmente as mudas vão crescer. Para isso, é preciso fazer um trabalho de coroamento em torno destas mudas, se não elas não vão conseguir se sobressair no meio do capinzal. É muito trabalho. A tarefa não é fácil. Não será tarefa só para produtores ribeirinhos. É preciso da Prefeitura, Promotoria, Batalhão Florestal, Ongs e principalmente da Saneago, que precisa ser a parte mais interessada, a qual precisa da água para abastecer a cidade.

 

Dos produtores é preciso exigir que respeitem a área de preservação permanente. Não se deve fazer hortas nestes locais e, muito menos, usar produtos químicos nestes plantios, pois isso vai contaminar a água que nós bebemos. Cada um tem uma tarefa nesta ação de preservação do córrego. Mas o dever maior cabe ao poder público, seja municipal, estadual ou federal. É preciso de grandes investimentos para, pelo menos, manter o córrego, tal como é, em condições de servir Iporá e sem que as águas diminuam. Estamos a disposição para ajudar nesta tarefa.

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