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Goiás desperdiça água e energia

O território goiano, sendo cabeceira de grandes bacias hidrográficas, detém excelentes mananciais aquíferos, tanto subterrâneos como em superfícies, e, daí, alto potencial hidrelétrico.

 

Só que esta fabulosa riqueza primária, que poderia ser simultaneamente desdobrada em duas vitais fontes aos seres, como a água doce e a energia elétrica, em Goiás, é mal aproveitada, resultando num desperdício enorme.

 

Ao invés disto, sem o devido gerenciamento, tem-se os apagões energéticos, a falta da água potável e para irrigação, e, o pior, as enchentes catastróficas que carregam rapidamente as águas goianas ao mar.

 

É que falta uma política pública abrangente que contemple o uso inteligente e coordenado deste bem natural. E aí sobram achismos, com pseudos entendidos, que levam governos a ações descoordenadas e perniciosas, sem resultados benéficos e até maléficos à sociedade.

 

É necessária, então, uma gestão adequada do valioso recurso hídrico, diante da nova realidade. Para evitar o desperdício da água, que rapidamente vai direto ao mar, é necessária a implantação de bloqueios com sequenciados, mas guardando adequados espaçamentos, pequenos barramentos de regularização dos rios.

 

Tais barramentos, além de servir na regularização dos rios e da necessária retenção da água em território goiano, podem também servir fonte energética, via PCHs (pequenas centrais hidrelétricas),sem nenhuma interferência maléfica.

 

Seria a maximização do uso ótimo da água, criando um ambiente aquático importante.O aproveitamento adequado deste potencial pouparia a eminente perda de água doce, e evitaria as enchentes catastróficas, que acontecem já com data marcada, a cada ano.

 

Na normalidade, as águas das chuvas infiltram-se no solo permeável até atingir um nível impermeável e, daí, formam o lençol freático. Com estas águas, este lençol se satura e – via surgências naturais ou fontes- recarregam os córregos e os rios. É um ciclo que vinha se repetindo por séculos.

 

Só que com o desmatamento (substituintes das matas ciliares às margens dos córregos e rios) e a forte e extensa impermeabilização (asfalto/concreto) das cidades vem impedindo a infiltração e, por consequência, reduzindo os lençóis e as próprias fontes, arrefecendo este ciclo de renovação e as próprias drenagens.

 

Nas chuvas torrenciais, estas águas, sem ter como infiltrar, vão abruptamente correr e fazer os estragos nas enchentes catastróficas. E, aí, esta água doce corre diretamente ao mar, num desperdício colossal.

 

A recuperação deste ciclo tem que ser uma visão sistêmica, numa visão realística. Até dá para recuperar parte das matas ciliares, mas é difícil tirar os efeitos deletérios da impermeabilização.

 

Uma solução imediata seria copiar soluções.Nisto, deve se lembrar que o território brasileiro não é dotado de grandes lagos naturais, como na América do Norte, por exemplo, aos quais ainda acrescentam os lagos artificiais para as hidrelétricas, que são exaustivamente utilizados em funções sociais e econômicas altamente produtivas, além de servir à melhora do clima.

 

Por isto, é incompreensível aos interesses da sociedade brasileiraa injustificável ojeriza a grandes lagos nos meios acadêmicos e até na imprensa, chegando-se a supor que se trata de campanha orquestrada por interesses estranhos ao uso desta energia barata e pouco impactante ao meio ambiente terrestre e muito salutar ao meio ambiente aquático.

 

Hoje, a nossa demanda energética está sendo suprida por termelétricas, movidas a combustível fóssil, altamente poluente, caro e, por ser importado afeta sobremaneira a balança de pagamento. Veja, o Brasil (o contribuinte) pagou, no último ano, cerca de R$ 36 bilhões com esta importação.

 

Ressalta-se que o formato comprido dos novos lagos das PCHs, notadamente, nos locais com baixas quedas, ao preencher a calha do rio, fica como se fosse apenas uma permanentegrande cheia. Ou seja, pouca área útil dos barrancos seria atingida nesta ocupação.

 

Então, se se fizer as cascatas sequenciadas, de forma adequada ao suspiro hidrogeológico, implantando as PCHs (que não usam as águas e, sim, a força delas), os rios poderiam ser regularizados.

 

E, assim, ao segurar as águas nas cabeceiras, além de evitaro desperdício,poderia também haver melhoria no clima com as trocas tipo precipitação x evaporação. Isto propiciaria a formação de nuvens, que, por consequência, aumentaria o quantitativo de chuvas locais.

 

Torna-se, premente a sensibilização da sociedade a se conscientizar e compreender que estamos vivenciando uma nova era e, para melhor sobrevivência, precisa-se adotar criativas e simples medidas urgentemente.

 

Ressalto que, para permitir a conciliação do racional uso da água e sua preservação, com a geração de energia, em apropriada qualidade ambiental, o processo principias com ação proativa do Governo ao desburocratizar, extirpando o exagero despropositado, para permitir a natural celeridade nos licenciamentos ambientais.

 

Desta forma, sem utilizar recursos governamentais, mas sob a supervisão e gerencia atenta dos órgãos públicos, a iniciativa privada poderá prestar adequadamente este serviço, como é feito em outros países, com excelentes resultados à sociedade, sem o prejudicial desperdício deste bem vital.

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