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Qual o modelo de desenvolvimento que queremos?

Foi noticiado na última terça-feira – 19/10, pelo Oeste Goiano, o descarte irregular de embalagens de agrotóxicos utilizados numa plantação de soja, assim como vídeos sobre esse descarte irregular também foram disponibilizados em grupos de WhatsApp do município. Não bastasse essas embalagens terem sido deixadas em local inapropriado ainda há um agravante seríssimo: as embalagens foram deixadas, não sabemos por quanto tempo, próximas as águas no manancial que abastece nosso município, ribeirão Santo Antônio.

 

Esse fato é preocupante e vem somar com as denúncias de desmatamento ocorridos em nosso município nesse momento do avanço da soja na região.

 

Precisamos ficar atentos, a saúde da população está em jogo quando permitimos que ações como essa aconteçam, correndo o risco de contaminar nossas águas.

 

Acredito que é necessário realizar um debate sobre o “modelo de desenvolvimento” que queremos. A liberdade de uso de solo por proprietários e arrendatários precisa ser garantida, mas não pode contrapor o direito da maioria. Nosso município enfrenta todos os anos uma tensão de conseguirmos ultrapassar o período de estiagem sem falta de água em nossas torneiras.

 

Se nada for feito, possivelmente a crise de gestão de recursos hídricos pode se agravar, a mudança de uso do solo, retirando remanescentes de Cerrado e/ou transformando áreas de pastagens para lavouras pode provocar a aceleração dos processos erosivos. O assoreamento de nossos córregos, que já é grave, pode piorar.

 

O descarte irregular de embalagens de agrotóxicos ou mesmo o uso indiscriminado desses produtos pode comprometer a qualidade das águas de nosso manancial. Estudos realizados por Pignati (2019) demonstram que os agrotóxicos afetam a saúde humana em regiões produtoras de grãos. Ou ainda, o risco de ocorrer em nosso município uma situação parecida com a que ocorreu em Montividiu – GO, quando um avião pulverizou com veneno em uma escola do campo, afetando crianças e funcionários da escola.

 

Qual o modelo de desenvolvimento que queremos?

 

Para os defensores desse modelo de desenvolvimento é preciso fazer um alerta. Estudos mostram que as cidades do agronegócio não conseguem distribuir renda, pelo contrário, ocorre concentração de renda e, consequentemente, o aumento da miséria em parte da população, vide a reportagem do Jornal Folha de São Paulo de 13 de outubro de 2021 (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/10/em-importante-polo-agricola-fome-e-favelizacao-avancam.shtml).

 

O que o município pode fazer?

 

O primeiro caminho é debater com a sociedade o modelo de desenvolvimento que queremos. Antes, porém, podemos pensar em regras para o uso e ocupação do solo, via zoneamento agroecológico e, sobretudo, regras para proteção de nosso principal manancial. 

Fotos: Valdir Specian

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